31 maio 2008

Cone Sul terá sistema de informações sobre custos

Valor econômico - 30/05/2008

Em meio à disparada dos preços dos alimentos e a necessidade de encontrar soluções para conter os reflexos sobre a inflação, os governos do Cone Sul descobriram que faltam informações confiáveis sobre os custos de produção. Sem dados mais precisos, não conseguem tomar medidas efetivas capazes de garantir o equilíbrio entre a produção, o consumo doméstico e os excedentes exportáveis e ficam sujeitos à especulação.
O diagnóstico foi feito na quinta-feira em uma reunião extraordinária dos Ministros de Agricultura do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que reúne os quatro sócios do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), mais Chile e Bolívia.
Na reunião, realizada em Montevidéu (Uruguai), os ministros decidiram formar uma rede de informações próprias de cada país sobre a evolução de custos da cadeia de produção e distribuição, que melhore a capacidade de gerenciamento da crise.
Essa rede poderá ser integrada entre os países-membros no futuro. "Vamos criar um sistema de intercâmbio de informações, que é uma das maneiras de evitar a especulação", afirmou o ministro de Agricultura do Uruguai, Ernesto Agazzi. Segundo o ministro uruguaio, a questão foi colocada pelo representante argentino, o secretário de Agricultura José de Urquiza, e reforçada pelo brasileiro Reinhold Stephanes, que destacou a dependência em relação aos fertilizantes.
"Nossa maior importação é de potássio, fabricado por apenas quatro ou cinco empresas no mundo que também são as detentoras dos direitos de lavra, no Brasil e em outros países", afirmou Stephanes ao Valor. "Importamos 60% das nossas necessidades, mas temos jazidas que não são exploradas, empresas que são donas dos direitos de lavra e sentam em cima", criticou o ministro brasileiro (ver matéria abaixo).
Para o ministro paraguaio da Agricultura, Alfredo Molinas, "é preciso encontrar na região um equilíbrio, incentivando a produção de produtos da cesta básica".
Já o argentino Urquiza saiu da reunião sem falar com a imprensa. Seu país vive uma crise dupla com a agricultura. Além da luta para neutralizar a alta de preços internacionais, a Argentina passa por uma crise política de enfrentamento do governo com os agricultores por causa de um aumento nos tributos sobre exportações de grãos e esse teria sido o motivo da ausência de Urquiza durante a divulgação do documento ao fim da reunião, de acordo com os outros ministros.
Em um documento conjunto divulgado ao final do encontro, os ministros de Agricultura apontam a especulação com alimentos como uma das principais causas da recente disparada de preços, junto com o aumento do consumo de carnes e de cereais e oleaginosos, principalmente por parte da China, Índia e Rússia e a demanda de produtos agrícolas como matéria-prima para a geração de biocombustíveis como milho e canola.
"A demanda mundial está influenciada pela crise dos empréstimos subprime [imobiliários, nos Estados Unidos] que está levando a uma saída massiva de investimentos especulativos para o mercado de commodities agrícolas", afirmou a ministra de agricultura do Chile, Marigen Hornkohl.
Em uma clara mensagem a comunidade internacional, os ministros do CAS expressaram no documento a expectativa de que a alta dos preços dos alimentos ajude a destravar as negociações na Rodada Doha. Segundo o documento, "o incremento dos preços cria um ambiente favorável para a conclusão" da rodada, "com resultados positivos em termos de redução do protecionismo e dos subsídios que distorcem o comércio agrícola internacional".
Os ministros reunidos em Montevidéu também assinaram uma declaração para instituir políticas públicas de estímulo à produção de pequenos agricultores, em uma tentativa de incrementar a oferta de alimentos. Além disso, destacou o ministério brasileiro, o documento inclui como compromisso o fortalecimento dos sistemas destinados ao desenvolvimento da pesquisa e inovação tecnológica.

14 maio 2008

Marketing - De novo, a mais valiosa do mundo

ZH Caderno de Economia - 22/04/2008
Site de buscas na internet tem a marca cotada em US$ 86 bilhões

A gigante da internet Google é a marca mundial mais valiosa pelo segundo ano seguido, de acordo com o ranking Brandz, elaborado pela consultoria britânica Millward Brown.
O valor de mercado do nome do site de buscas mais popular da rede chegou a US$ 86 bilhões - 30% a mais do que em 2007. O conjunto das 100 marcas mais bem avaliadas teve valorização de 21%, fechando em US$ 1,94 trilhão.
Na segunda posição aparece o conglomerado industrial, financeiro e de meios de comunicação General Electric (GE), com quase US$ 71,38 bilhões, seguido pela gigante da informática Microsoft, avaliada em US$ 70,89 bilhões.
- Nossos dados mostram que as empresas com marcas fortes continuam superando as fracas em participação de mercado e em preços de ações durante as recessões - afirmou Joanna Seddon, conselheira da Millward Brown.
Uma das conclusões da pesquisa é o contínuo crescimento dos países do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) no estudo. Nomes do mercado doméstico, como as brasileiras Skol (8ª mais valiosa na categoria Cerveja), Brahma, Petrobras e Bradesco tendem a ganhar importância regionalmente. A Apple, que teve o maior crescimento em dólares entre as principais marcas (aumentou US$ 30 bilhões em um ano), tem esse desempenho principalmente nos mercados emergentes.
As marcas chinesas seguem ganhando espaço entre as mais valiosas. Enquanto isso, asiáticas de economias mais tradicionais, como a japonesa e a coreana, agregaram só 7% de valor.