02 fevereiro 2009

A marca pode salvar a empresa da falência

Maria Isabel Montañés*

Estamos iniciando mais um ano e este vai passar como o passado. O tempo é implacável para todos, principalmente para o gestor de uma empresa.  Este é o momento de tomar decisões importantes, de gerir cada vez melhor, e não há mais desculpas para o desconhecimento, a inércia da Lei e de seus direitos. A globalização bate-nos à porta, desanuvia os conceitos passados e a nova gestão toma conta. É hora de mudar ou se ofuscar na busca da liderança.
 
É fundamental tomar decisões que venham a agregar valor à empresa e aumentar o seu patrimônio ativo. Portanto, é o momento de investir em uma identidade no mercado. E o início dessa trajetória é o registro da marca.
 
Apesar do cenário sombrio, não há lugar para o medo. É necessário ousar, criar, faturar! Um dos caminhos para se alcançar o objetivo, e o sonho se tornar real é registrar a marca da empresa, dando-lhe uma propriedade prevista constitucionalmente. Muitos empresários não atribuem a devida importância à marca, e não a consideram como uma propriedade. Esse é um engano perigoso, pois se trata de propriedade no seu sentido lato sensu, e, dela, pode-se usar, gozar, usufruir e, também, é possível reavê-la.
 
A doutrina mais moderna no assunto já discute a usucapião da propriedade industrial. Temos nela a marca, no sentido mais amplo da propriedade, em que todos os investimentos vão ser contabilizados, revertendo-se em patrimônio intangível da empresa.
 
Li recentemente o livro Casa Gucci, da jornalista Sara Gay Forden, em que a autora discorre sobre a história da marca Gucci e a luta da família para firmar o nome da empresa no mercado de artigos de luxo. Em um determinado momento da vida da empresa, só lhe restava a marca.
 
E foi exatamente ela, a marca, que salvou a empresa da falência. No instante mais difícil, a família Gucci se valeu da identidade desenvolvida para seus produtos e conseguiu virar o jogo.
 
O enredo nos fala claramente do empenho, do desejo e da ambição de angariar o maior número possível de marcas para o patrimônio da empresa. São elas que geram os bilhões de dólares de lucros aos investidores da moda.
 
Mais uma vez, parei para indagar que a importância da marca em uma empresa não tem limites. Bem-estruturada e trabalhada, a marca torna-se  fonte de lucros imensuráveis para os seus titulares.
 
Hoje, com a concorrência cada vez mais acirrada, não sobra espaço para o "achismo", o "se der", e os vários "sés" do negócio. É preciso acreditar na empresa, em sua identidade, sua capacidade e, principalmente, em sua marca. Atitudes empreendedoras sustentam o futuro do negócio, e o registro da marca é requisito para o sucesso empresarial.


13/01/2009
Montañés, Maria Isabel

Maria Isabel Montañés - É agente da Propriedade Industrial e diretora da Cone Sul Marcas e Patentes.